segunda-feira, 18 de julho de 2016

Análise: a nocividade de Serginho no Sport em 8 imagens.

Foto: Ricardo Fernandes/DP


Já diria o sábio que "bom no bom" é muito fácil opinar sobre qualquer coisa, mas obviamente que isso não se aplica a Serginho, um jogador que marca gol, mas consegue mesmo assim ser o pior jogador em campo. Eis o titular do Sport. 

Sem querer converter quem acha que Serginho realmente pode trazer algo de positivo ao Sport (esses certamente embebidos pelo Tobismo que levou o Sport aos piores anos de sua história), mas aqui tentaremos expor a nocividade de Serginho ao coletivo do Sport, abrindo espaços e sacrificando companheiros. As conclusões ficam a gosto do freguês.

Bem, antes de tudo, se faz necessário explicar brevemente a marcação do Sport. O leão de Oswaldo marca em linha, mas a razão de o Sport dar tanto espaço como vimos ontem (mesmo quando vencia por 2x0) está na forma como o faz. O Sport não marca por zona, ou seja, não marca o espaço. Oswaldo utiliza em suas equipes a marcação por encaixes, onde não se marca o espaço: o marcador acompanha alguém, vai à caça, abrindo o espaço atrás, diferente da marcação por zona, em que o adversário cai na marcação, tem espaço reduzido pela ocupação dos atletas, sendo um erro de passe mais possível. 

Visto isso, vamos lá. 

Juro que procurei mais minutos de Serginho, mas o material coletado no primeiro tempo foi mais do que suficiente. O que desde já indica a gravidade da situação.


No primeiro frame, vemos a marcação por encaixe individual de Oswaldo: três defensores correm para tomar a bola, em campo defensivo, e abrirão espaço. Vamos à sequência do lance.


O que ocorre em seguida é muito comum: após errar o bote, Serginho desiste da marcação e caminha, ficando estático até o fim do lance. Rithely, que joga no sacrifício há algumas rodadas, sobre o espaço deixado pelo outro volante da equipe, que também deveria proteger a zaga. Percebam que por causa do sistema de marcação, Ronaldo também sai da zaga, desorganizando a defesa e abrindo espaço pra Luan. A jogada termina com a bola na trave de atacante gremista. 



Oswaldo tenta que Serginho seja um box-to-box, meio-campista que vai de área a área (como João Paulo com Milton Mendes). Aqui, Serginho ~construtor~ erra o passe, apesar de ter opções mais fáceis. Errará muitos mais na partida, mas observem a postura dele quando a equipe toma o contra-ataque: 


Próximo ao juiz, vemos Serginho caminhando novamente, após um contra-ataque gerado por um erro de passe seu. No alto da tela, Rithely vai, sozinho, cobrir o espaço. Jajá (ou Maicon?) lançará Everton, que sairia de cara pro gol, caso não errasse o domínio do lançamento. Descaso absoluto com o jogo coletivo.

Outra caminhada do camisa 8 em contra-ataque. Novamente, apenas Rithely à frente da zaga. Grêmio finaliza a jogada: 


Outro lance igual, com Rithely mais uma vez cobrindo o espaço dado por Serginho. Finalização perigosa do gremista de fora da área (portanto à frente da zaga, onde Serginho deveria estar) por pouco não engana Magrão: 


Por fim, outra jogada bem característica de Serginho: a desistência da marcação. Aqui, não há contra-ataque gremista: o Sport está todo em seu campo, alinhado e marcando o Grêmio, com superioridade numérica: 


O grêmio na imagem acima acha facilmente a entrelinha do Sport, e criará espaço. Giuliano passa pelo lado de Serginho, caindo em seu setor. Vejamos sua movimentação:


Aqui, dois gremistas entram pelo lado de Serginho, sem dificuldade alguma. Não foi tentado nenhum desarme, e o camisa 8 acompanha à distância, literalmente olhando. Rithely mais uma vez vai para o lado em que Serginho está, cobrindo o buraco deixado pelo outro volante da equipe, mesmo ele também estando no campo de defesa. 

Creio que ficou evidenciado não só o meu ponto de vista, mas o de muitos da torcida do Sport. Não há perseguição, há apenas constatações que se arrastam ao longo do ano. Falta de compromisso tático, péssimos fundamentos, e desdém com a marcação. Esse é o Serginho real, que compromete a defesa, deixando a zaga exposta, e compromete Rithely, que há algumas rodadas entra em campo sem estar 100% e mesmo assim joga por dois volantes. E olhe que nem falamos que nessa mesma partida ele deu uma assistência pra Geromel no primeiro gol gremista e que perdeu o combate aéreo que resultou no segundo gol, também de Geromel, que igualou o placar.

Não se pode isentar Oswaldo de Oliveira nesse aspecto, tendo em vista que é ele o responsável pela arrumação tática de equipe, mas opta por deixar intocável um jogador que compromete o time taticamente à várias rodadas. Não cabe o argumento de falta de elenco, tendo em vista a presença de volantes superiores a ele no elenco, como Neto e Mancha, e na base, como o promissor Thalysson. 

Vejamos o destino do Sport nesse campeonato, sempre atentos para o fato de que o mesmo estará condicionado à presença de Serginho no time titular. 

Lances da partida: